Jogar com Alegria e Cooperação!
por Marcelo Nogueira
No
último dia 13/05, domingo, dia das Mães, vimos mais uma grande vitória do
Santos se consagrando campeão pela terceira vez consecutiva do campeonato
paulista. O Santos tem em seu elenco o considerado melhor jogador do Brasil na
atualidade, Neymar http://youtu.be/GmEFiGJqqq8. Ele
juntamente com todo o grupo está encantando todos os admiradores do futebol nos
últimos tempos por trazer de volta a irreverência, espontaneidade, o imprevisível
e, principalmente, a meu ver, a alegria
de jogar! Falo principalmente da alegria,
pois percebo que nos últimos tempos os jogos, de qualquer modalidade, estão perdendo.
No período inicial de formação
dos nossos alunos, a diversão que o jogo traz para esses alunos jogadores está
sendo esquecida na própria escola e quando adultos, a competição é uma das
únicas habilidades que desenvolveram. Infelizmente o foco do jogo está mudado.
Resultado é o que interessa hoje. Ganhar de meio à zero é o que importa. O
processo de jogar está em segundo plano. O principal propósito, que é divertir, está sendo perdido e sendo
refletido para nossos alunos nas escolas. Em uma de minhas formações em Pindamonhangaba-SP,
ouvi um depoimento de uma professora do ciclo I do fundamental que está me
fazendo refletir sobre como os jogos apresentados para nossos alunos estão
formando um caráter diferente do que queremos.
Um aluno chegou para esta
professora chorando contando que seu colega o havia empurrado durante um jogo
de futebol. A professora foi conversar com o aluno que havia empurrado o colega
perguntando o motivo do empurrão e, este aluno, simplesmente justificou, com
convicção, que futebol é empurrar!
Apesar de não ser torcedor do
Santos, admiro muito hoje o futebol do Neymar, não somente pelo craque que é,
mas sim, muito mais pela alegria e diversão que ele está trazendo de volta
para o futebol, o principal sentido de querer jogar. Claro que hoje, assim como
na sociedade, o futebol nos impõe constantemente uma disputa com resultados e
vencedores. Também temos que nos preocupar com isso, mas a exemplo dos Santos,
os resultados aparecem, a meu ver, como consequência de toda a alegria e espontaneidade de jogar. Sabendo
que se um dia perder um jogo ou campeonato, saberá reconhecer que o outro time
foi melhor e que você deu seu máximo para aquele momento. Pois os mais
importantes, jogar com alegria e cooperação com o grupo, foram realizados.
Quando sabemos e temos
consciência disso, estamos trabalhando nossa inteligência emocional. Com
certeza, teremos momentos que perderemos e que, mesmo assim, não desistiremos
das próximas oportunidades que aparecerão. Agora se isso não ocorrer poderão
ter mais notícias, como por exemplo, de homens que não aceitam perder a mulher
em um relacionamento e acabam em grandes desgraças.
Os jogos hoje, no processo de
formação dos nossos alunos, precisam trabalhar com as habilidades de
desenvolver o caráter, uma orientação social positiva, inteligência emocional e
orientação para os processos como citados anteriormente, dentre outros.
Os Jogos Cooperativos procuram focar essas habilidades em contrapartida
dos jogos competitivos. Competitividade é saudável também, mas faço analogia da
competitividade com o espinafre, que também é saudável, mas não suficiente para
nosso organismo. Precisamos das habilidades que os jogos cooperativos proporcionam
para auxiliar no desenvolvimento dos alunos. O que proponho minimamente é
equilibrar com os jogos divertidos/cooperativos
essas habilidades jogos competitivos que vemos hoje.
Por exemplo, podemos fazer de um
famoso pega-pega onde existe apenas um pegador alternando a vez de quando pega
alguém, para um pega-pega cooperativo
onde cada participante pode optar por pegar ou por salvar alguém que foi pego,
ou seja, a decisão está em ajudar tanto de um lado quanto do outro. Assim conseguimos
desenvolver o caráter, o emocional, cooperação, etc.
“Os dribles, as piruetas depois
dos choques, as encenações e a quantidade de cartões amarelos e vermelhos que tudo
isso provoca em seus marcadores também não passaram em branco. Além dos gols,
que irritam qualquer rival com sangue nas veias, são as principais razões para
o atacante (Neymar) ter sido o quarto mais citado como o "chato do
Brasileirão",...” – site globoesporte.com.
Se jogar com espontaneidade, ser
imprevisível, alegre e divertido é hoje o “chato” do jogo,
quero que nossos alunos sejam os “chatos” hoje para que amanhã os “chatos”
sejam aqueles que não jogam assim. Pois afinal, alegria e diversão são e
devem ser mais fortes do que vencer! http://youtu.be/YY7ugxEYRk8
Fonte:
Kagan, Dr. Spencer.
Silly Sports & Goofy Games
Site
www.globoesporte.comb
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